Sem alternativa, moradores de Ribeirão Preto, SP, usam água da piscina para tomar banho e lavar roupa
20/11/2023
Desabastecimento afeta bairros da cidade há, pelo menos, seis dias. Saerp diz que faz manutenções para melhorar distribuição. Há seis dias sem água, moradores de vários bairros em Ribeirão Preto esperam solução
Desde sexta-feira (17), o empresário Hugo Guiraldelli Souza não tem sequer uma gota de água nas torneiras da casa dele, no Parque Bandeirantes, em Ribeirão Preto (SP).
Para realizar as atividades básicas do dia, como dar descarga e tomar banho, ele passou a usar a água da piscina.
"Não sobe [água] na caixa d'água, não chega da rua, e a gente tem de usar dessa forma [da piscina] até para tomar banho".
Com torneiras secas, o empresário Hugo Guiraldelli Souza tem retirado água da piscina para poder tomar banho em Ribeirão Preto, SP
Valdinei Malaguti/EPTV
O empresário está revoltado com a situação e a falta de solução por parte da Secretaria de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (Saerp).
"É inadmissível você ficar quatro dias sem água. Um ou outro, a gente até tenta entender, o calor, o excesso de consumo, mas quatro dias é inadmissível".
O empresário Hugo Guiraldelli Souza, de Ribeirão Preto (SP), está sem água há quatro dias
Valdinei Malaguti/EPTV
Procurada pela EPTV, afiliada da TV Globo, a pasta respondeu, por meio de nota, que faz manutenções no sistema para melhorar a distribuição de água e pediu, novamente, para que a população use água de forma consciente e com economia.
A dona de casa Andreia Cruz conta que também utiliza a água da piscina, mas para lavar a roupa, que está acumulada.
A dona de casa Andreia Cruz, de Ribeirão Preto (SP), está utilizando água da piscina para lavar roupa
Valdinei Malaguti/EPTV
"A gente vai tentando a sorte, lavando com água da piscina, acordando de madrugada para lavar roupa, e tentando. Está complicado".
Com o cesto acumulado, Andreia Cruz, de Ribeirão Preto (SP), usa água da piscina para lavar roupa
Valdinei Malaguti/EPTV
A pedagoga Isabel Cristina Prisco Ferreira ainda tem uma preocupação a mais. Além de não ter água para as atividades do dia a dia, as plantas do quintal estão sem regar.
"Eles [Saerp] dizem que a água não consegue chegar em bairros mais altos, como o Parque dos Bandeirantes, e tem bomba que quebra, que a bomba quebrou. Ficam dando este tipo de desculpas".
Na casa da pedagoga Isabel Cristina Prisco Ferreira, de Ribeirão Preto (SP), a preocupação é, também, com as plantas, que estão secando com a falta d'água
Valdinei Malaguti/EPTV
Segundo a dona de casa Marisa Coró, a falta de água é crônica no bairro, mas piorou nos últimos tempos.
Na casa dela, o abastecimento chega quando já é madrugada e a dona de casa precisa correr para encher baldes e bacias, que serão utilizados no dia seguinte.
A dona de casa Marisa Coró, de Ribeirão Preto (SP), revela que acorda de madrugada, quando chega a água, para poder encher os baldes
Valdinei Malaguti/EPTV
"A caixa, normalmente, não consegue encher porque não tem pressão. Tenho uma filha especial e uma mãe de 77 anos, então fica difícil para as duas".
Apesar do que diz a Saerp, o desabastecimento tem afetado diversos bairros da cidade.
Morador do bairro Geraldo Correia de Carvalho, Ivanildo Fernandes Pereira tem colocado despertador para poder acordar para tomar banho, uma vez que a água ali também só chega de madrugada.
"Banho só meia-noite. Tem que ligar o despertador para poder tomar banho, senão não toma".
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